O presidente Lula acompanhou, nesta quinta-feira (15), o velório do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica. Lula chegou ao país vizinho na parte da tarde, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, após retornar ao Brasil de viagem oficial para Rússia e China.
O líder brasileiro foi recebido pelo presidente Uruguaio, Yamandú Orsi, e pela ex-senadora e companheira de Mujica, Lucía Topolansky.
Lula deu uma declaração à imprensa em Montevidéu. Ele disse que Pepe era uma pessoa que admirava e respeitava:
“Uma pessoa como Pepe Mujica não morre. Se foi o corpo dele, a carne dele se vai, mas as ideias que Pepe Mujica plantou em todos esses anos, inclusive a generosidade de um homem que passou 14 anos no cárcere e que conseguiu sair para a liberdade sem nenhum ódio das pessoas que o aprisionaram, das pessoas que o torturaram. Isso é uma dádiva de Deus que só é concedida a seres humanos superiores. E o Pepe Mujica é um ser humano superior”.
O corpo de Pepe Mujica deixou o Palácio Legislativo no final da tarde, com uma grande salva de aplausos. Uma multidão se concentrava para o último adeus, com bandeiras do Uruguai; do Tupamaros, grupo de resistência à ditadura uruguaia; do Movimento de Participação Popular, agrupamento fundado por Mujica; e da Frente Ampla, partido do ex-presidente. Uma faixa estava estendida entre a população com os dizeres: “A vida nos deixa, mas as causas permanecem”.
Os restos mortais do ex-presidente uruguaio vão ser cremados em uma cerimônia reservada, e suas cinzas serão depositadas na chácara onde Pepe vivia, na periferia da capital uruguaia.
Mujica deixa um legado de luta contra as desigualdades sociais e pela defesa da democracia. O líder da esquerda uruguaia governou o país entre 2010 e 2015, tendo sido ainda senador e ministro de Estado.
Pepe Mujica morreu na última terça-feira (13), aos 89 anos, em decorrência de um câncer.